segunda-feira, 16 de julho de 2018

1983


   Próximo de casa existia uma trilha muito legal.Praticamente todos os dias no final da tarde,eu me aventurava por lá.O traçado era uma longa descida repleta de saltos,curvas e desniveis que serpenteava por entre as árvores.
Nessa época,a Monark e a Caloi haviam acabado de  lançar suas BMX,Mas eu já praticava bicicross e inclusive usava ese nome para descrever as minhas aventuras.A única diferença é que no lugar das modernas BMX  eu usava Monarcona barra circular que nem sempre aguentava o tranco.
   Tentei disseminar a ideia das trilhas entre meus amigos,mas depois que um deles caiu e fraturou os dois braços de uma só vez,o pessoal começou a acha aquela brincadeira perigosa demais.Mesmo sozinho,eu não perdia a oportunidade de pedalar por lá.Era como se eu necessitasse daquela adrenalina para manter o sorriso no rosto.
   Foi nessa época que conheci o Graia,cujo nome de batismo era Leandro,e o Saci,cujo nome de batismo era Ernane.Tínhamos em comum a paixão pelas motos e a vontade de ter uma.O graia sonhava com uma sete galo e eu queria mesmo era ter dinheiro para comprar a TTzinha de um vizinho meu,enquanto o Saci se contentava com qualquer coisa que tivesse motor.
   A vontade era tamanha,que eu tinha jaqueta,tinha capacete,tinha luvas.Só me faltava a moto.Vestia a jaqueta,Botava o capacete,e passava horas em frente ao espelho.Às vezes dormia de capacete.Era um motoqueiro,sem moto.Me sentia o próprio James Jean,a pé...
   Foi nesse ano que assisti pela primeira vez um filme sobre automobilismo.Meu irmão me levou para assistir
"FORMULA1,FEBRE DE VELOCIDADE",que estava em cartaz no cinema da cidade.a cena que mostrava um acidente onde o piloto mata um bandeirinha atropelado,e ao mesmo tempo vem a falarcer,decaptado pelo extintor de incêndio que o bandeirinha atropelado carrevaga,me deixou chocado.Não pela violência da cena em sí,mas pela sensação de agressividade que aquele esporte projetou em mim.Confesso que nunca tinha visto coisa igual e saí do cinema assustado,mas à partir daquele momento,tive a certeza de que era aquilo que eu queria para a minha vida.comecei a entender os riscos que envolvem qualquer esporte a motor e estava mais convicto do que nunca que um dia seria um piloto de verdade.
   Nessa época,o motocross era uma categoria que estava se popularizando no país.A Yamaha havia lançado sua DT180 e a Honda vInha com sua XL250.Posteriormente vieram as MX180 ,que eram derivadas das DRs,só que preparadas pra pista,e as AGRALE WXT125 para motocross e EXPLORER 27.5 para trilha.Tanto a XL250 quanto MX e DT 180 além da WXT125 participavam do Troféu HOLLYWOOD MOTOCROSS.Foi um dos eventos que mais atraiu gente para o fora de estrada nessa época.Consequentemente os campeonatos regionais também se fortaleceram.
   Eu não perdia uma corrida sequer.Estava presente em todas as etapas que aconteciam nas proximidades da minha cidade.Vibrava com as batalhas travadas pelo Avenir Vilela,Chico Doido,Céguim,Tonim Bala e a familia Maia,e sonhava em fazer parte do espetáculo um dia.Cheguei a ir de Tupaciguara a Itumbiara de bicicleta só pra assistir uma corrida de motocross.Adorava o cheiro de óleo M50 e o barulho dos motores dois tempos.
 
CALOI CROSS FREESTYLE
MONARK BARRA CIRCULAR

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1986

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