sexta-feira, 13 de julho de 2018

1981

                            
   O trabalho na marcenaria me deu a oportunidade de colocar em prática o meu talento para customizar minhas bicicletas.Geralmente eu cortava o suporte do banco para baixar o centro de gravidade,adaptava semi-guidões ao garfo,instalava number plates que eu mesmo fazia,pintava o quadro e as rodas com cores bem extravagantes e dispensava além dos freios,tudo o que representasse peso.
   Quando estava sobre a bicicleta,me sentia um verdadeiro piloto de motovelocidade.Adorava descer a Rua Bueno Brandão á mil e fazer a curva da praça da Matriz tentando arrastar o joelhão no chão.A danada deitava tanto,que ás vezes eu acabava vendo o asfalto muito mais perto do que deveria.
   Como minhas bicicletas nunca tinham freio,eu usava o pé para parar.Enfiava o calcanhar por entre o quadro e o pneu,e freava que era uma beleza.Numa dessas,estava usando uma chinela havaianas e eis que em plena descida a precata sai do pé.O pneu literalmente engoliu ela.No final da descida havia um cruzamento bem movimentado e eu não tinha opção,Era parar,ou morrer!
   Na hora do desespero não tive dúvida,meti o pezão descalço naquele pneu borrachudo e quanto mais eu pressionava,mais forte era o cheiro de chifre queimado.Depois do susto,enquanto me contorcia de dor,vi uma enorme bolha se formar na sola do pé.Passei uns bons dias meio cambeta,improvisando todo tipo de remédio para curar a ferida.




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1986

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